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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CAMPANHA ALERTA PARA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA



23/09/2010

Campanha começou  no dia 23 de setembro  no Brasil e em outros 70 países

Jaqueline da Mata - Repórter 

Na América Latina, 54 mil mães menores de 15 anos dão à luz, anualmente, e 2 milhões com idades entre 15 e 19 anos, de acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No Brasil, o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2000, registrou 1,8 milhão de brasileiras grávidas, com idades entre 10 e 17 anos. As gestações mais frequentes acontecem com jovens de 15 a 17 anos: 1,3 milhão. Os dados servem de apoio para a campanha que começa hoje e vai até a próxima terça-feira em todo o Brasil e outros 70 países: “Sua Vida Sua Responsabilidade – Dia Mundial da Prevenção da Gravidez na Adolescência”.

Nesta quinta (23) em Belo Horizonte, de 7h30 às 14 horas, folhetos serão distribuídos na Praça da Estação e no comércio da região. Nesse mesmo local, às 14 horas, haverá uma concentração de todos os jovens envolvidos na campanha, que soltarão cerca de 500 balões próximo à fonte da praça.

Na capital, as taxas de gravidez na adolescência estão diminuindo, de acordo com estudo da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA). Em 2006, foram registrados 4.316 jovens grávidas com idades entre 10 e 19 anos. No ano passado, a taxa caiu para 3.600 casos. A preocupação maior é com as classes mais baixas, cuja média de gestação na adolescência é de 30% contra 13% nas classes mais altas. “Tentamos melhorar a situação com programas que as equipes de Saúde da Família desenvolvem alertando e orientando meninas menores de 19 anos”, disse o coordenador municipal de Atenção à Saúde da Mulher, Virgílio José de Queiroz. Além disso, preservativos e anticoncepcionais são distribuídos nos Centros de Saúde.

A gravidez na adolescência gera um impacto físico, emocional, familiar e social. Nessa fase da vida, como destaca a ginecologista da Comissão de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Arícia Giribela, a jovem não está pronta para assumir um filho gerando ainda a interrupção de um ciclo. É o que sentiu a estudante Marli Christiele Gonçalves Alves, 18 anos. Antes de atingir a maioridade, engravidou e há três meses curte o nascimento do filho Guilherme. Apesar do apoio que conta ter tido da sua família e também do namorado, hoje com 21 anos, desabafa que sentiu muito medo. “Não sei nem cuidar de mim mesma, imagine como fiquei quando soube que estava grávida. Foi uma aflição só. Meu filho nasceu saudável e estou muito feliz, mas sinto que pulei etapas”, disse Marli.

Ela faz parte da estatística realizada pelo Ministério da Saúde (MS) onde é revelado que 15,9 anos é a idade média da população feminina para a ocorrência de gravidez. Além da falta de estrutura psicológica para se ter um filho, essas adolescentes podem ter anemia acentuada durante a gravidez ou correm o risco de gerar bebês de baixo peso ou prematuros. “Gravidez entre adolescentes é um fenômeno mundial. Aqui no Brasil, mais de 25% dos partos realizados pelo SUS acontecem com jovens menores de 20 anos”, disse a ginecologista, presidente do Comitê da Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, sessão Minas Gerais (SBP/MG), Maria Virgínia Werneck. Ela conta que essas jovens, por imaturidade escondem o fato, o que retarda o pré-natal. “Chegam nos consultórios para começar os exames com a gravidez já em estado avançado. Precisamos de mais políticas públicas voltadas para educação nas escolas”, observa.





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