Prevenção
Escolas em BH têm um caso de agressão por dia
Governo pretende incrementar atividades
extracurriculares dos alunos
Punição. Sindicato dos trabalhadores em educação pede
protocolo de investigação da violência
PUBLICADO EM 10/04/15 - 03h00
Rafaela Mansur especial para O Tempo
As
escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas de Belo Horizonte tiveram,
em média, mais de uma ocorrência de agressão por dia em 2014. Entre janeiro e
novembro, foram 372 registros, de acordo
com o último levantamento da
Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A violência nas escolas foi tema
de audiência pública, ontem, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
O
secretário-adjunto de Educação do Estado, Antônio Carlos Pereira, diz
reconhecer o problema e que uma das metas do governo é aumentar o tempo dos
alunos na escola, não somente por meio do reforço escolar, mas também com ações
de incentivo à cultura, cidadania e respeito à diversidade. Segundo ele, os
projetos de segurança devem abranger todas as escolas para gerarem resultado.
“Política pública que não é pensada para o coletivo é marketing”, afirmou.
Outra
iniciativa contra a violência nas escolas é da Polícia Militar (PM) que,
segundo o assessor de policiamento escolar e prevenção às drogas, major Hudson
Ferraz, vai passar a direcionar estratégias de prevenção também a estudantes do
ensino médio, a partir do segundo semestre. “Era uma preocupação nossa atender
não apenas crianças, mas também os jovens”, disse. Atualmente, o Programa
Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), da PM, se destina à educação
infantil e ao ensino fundamental. Segundo o major, cerca de 3% do efetivo da
corporação atua no policiamento escolar.
Para
a presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais
(Sind-UTE), Beatriz Cerqueira, cursos e palestras são importantes, mas é
preciso mais. Ela sugere, por exemplo, a criação de um protocolo de atendimento
aos professores agredidos, para que episódios de violência possam ser
investigados. “A violência gera ao professor humilhação, adoecimento e até
vontade de desistir da profissão”, disse.
É
o caso de Rosalina Amaral, diretora da Escola Estadual Bolívar de Freitas, na
região Norte da capital, que foi agredida na nuca por um tripé de metal, por um
aluno de 15 anos, no último mês. Ela está passando por tratamento psicológico e
tomando antidepressivos, além de sentir dor de cabeça com frequência. “Tem dia
que não consigo sair da cama”.
Patrimônio
Ocorrências
de agressão em instituições de ensino:
Em
2013 (de agosto a dezembro)*: 0
1.964 em Minas Gerais (392,8 por mês) e 232 em Belo Horizonte (46,4 por mês).
1.964 em Minas Gerais (392,8 por mês) e 232 em Belo Horizonte (46,4 por mês).
Em
2014 (de janeiro a novembro): 0
3.374 em Minas Gerais (281 por mês), e 372 na capital (33,8 por mês).
3.374 em Minas Gerais (281 por mês), e 372 na capital (33,8 por mês).
*A
Seds passou a registrar a partir de agosto de 2013.
Depoimentos
***
E ficam discutindo a mudança da maioridade penal pra 16 anos. Deveria ser de 12 anos, pra responsabilizar a quem quer que seja. Mas, tem partido político que é contra a diminuição de qualquer idade, e enquanto isso o Brasil está do jeito que está e vai piorar mais ainda.
Zé Kant (Para o Jornal O Tempo)
Depoimentos
Em
se tratando da matéria “Escolas em BH têm um caso de agressão por dia”, em 2013,
na saída do turno, fui vítima de agressão verbal de um aluno que quase partiu
par a agressão física se não fossem os transeuntes, no passeio externo da escola,
a intercederem por mim. Identificado o aluno, minha presença foi solicitada à
sala da vice-direção. Meu sentimento foi de indignação e revolta ao constatar a
arrogância com que o mesmo respondia aos questionamentos dos seus superiores chegando ao
ponto de se retirar da sala deixando a vice-diretora falando sozinha. Esse
cidadão, com graves registros de violência contra outros professores, se quer
recebeu uma advertência e a escola não viu necessidade de solicitar a presença
de seus pais. A estatística do registro de violência seria bem maior se não
fosse a preocupação dos diretores em preservar a imagem da escola deixando seus
professores a mercê da própria sorte. Em situações graves como esta somos coagidos a ficar calados.Caso nos posicionemos contrários, sofreremos represálias dentro da própria escola.
Maria Luciene
***
Outro dia ouvi um estudante dizer : "quem tem ECA não tem que se
preocupar com nada!". E é verdade ! hoje , os estudantes somente têm
direitos, nenhum dever! Podem chegar a hora que quiserem, usar as roupas
que quiserem, fazer as atividades se e quando quiserem ! É evidente
que isso impacta negativamente a nossa educação, uma vez que não há
estímulo algum ao mérito e ao esforço pessoais. Outra coisa: violência
não escola não se trata com mais "palestrinhas" e aumento de atividades
curriculares. Isso é caso de polícia, de pura repressão. Temo pelo
futuro de Brasil, com essa geração que tem tudo e não é cobrada por NADA
!
Richard Melo (Para o Jornal O Tempo) ***
Se
palestras e conversas resolvessem o Brasil seria o 1º a manter a paz
dentro das escolas. Tem que haver medidas punitivas além de punir o
infrator responsabilizar as famílias também. Professor não é obrigado a
carregar o resultado da impunidade sozinho não. O estado, família são os
grandes responsáveis, outra, o estado é patrão destes funcionários
portanto ele deve cumprir o papel de dar proteção aos seus funcionários.
Espero que o atual governo não trate a classe como o anterior tratou.
Fabrício (Para o Jornal O tempo)***
E ficam discutindo a mudança da maioridade penal pra 16 anos. Deveria ser de 12 anos, pra responsabilizar a quem quer que seja. Mas, tem partido político que é contra a diminuição de qualquer idade, e enquanto isso o Brasil está do jeito que está e vai piorar mais ainda.
Zé Kant (Para o Jornal O Tempo)