25/09/2015
Com pouca atratividade, jovens fogem da carreira de professor em BH
Desvalorização da categoria, baixos salários, violência em sala de
aula. Essa realidade, comum em todo país para os profissionais da
educação, tem desestimulado o interesse pela carreira. Segundo o
Ministério da Educação, o déficit de professores nos níveis fundamental e
médio chega a 170 mil docentes. Esse é um dos assuntos que serão
discutidos a partir de hoje em BH, no Educativa 2015.
Os desafios preocupam os profissionais. Entre os jovens que estão
escolhendo uma profissão é cada vez menor o número dos que optam pela
licenciatura.
Em 2006, por exemplo, enquanto mais de mil pessoas se inscreveram para o
vestibular do curso de Ciências Biológicas da UFMG, em 2013 foram
apenas 298. Em história, a queda foi de 588 para 200 no mesmo período.
“É reflexo da falta de valorização. Infelizmente, um professor com
doutorado, por exemplo, não recebe nem perto o que ganha um médico.
Poucos municípios pagam o piso nacional da carreira, que já é baixo. A
profissão é pouco atrativa financeiramente”, avalia a presidente da
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação de Minas Gerais,
Elizabeth Cota.
Segundo ela, os baixos salários e a falta de incentivos também impedem
que os professores possam se qualificar mais. Na rede estadual de ensino
de Minas, 22.856 dos 136.617 docentes não possuem licenciatura.
Violência
A violência e as condições ruins de trabalho também são frequentes na
vida deles, diz o coordenador pedagógico e especialista em educação
Fernando Cutova. “O professor está exposto a inúmeras situações, como
ter que lidar com alunos ligados ao tráfico, com a evasão escolar.
Vulnerabilidades que refletem na violência que o professor pode passar
dentro de sala de aula e nem sempre está preparado para isso”.
Educativa 2015
Essas e outras questões serão discutidas no Educativa 2015, maior feira
educacional de Minas Gerais, que acontece de hoje a domingo no
Minascentro. Na programação, nove seminários.
O evento é direcionado a todo o público da educação básica. Podem
participar educadores, pedagogos, coordenadores, supervisores e gestores
de escolas públicas e privadas.