20/02/2016
Estado promete oficializar reajuste de professores
Aumento de 11,36% definido pelo MEC será concedido por meio de projeto de lei
PUBLICADO EM 19/02/16 - 21h40
Bernardo Miranda / Jhonny cazetta
Após momentos de indefinição, o governo
de Minas prometeu o aumento de 11,36% – estabelecido pelo Ministério da
Educação no mês passado – no salário dos professores do Estado. O anúncio foi
feito durante reunião realizada nesta sexta na Cidade Administrativa, em que
ficou acordado o envio de um projeto de lei à Assembleia Legislativa até à
próxima sexta-feira, com todas as definições do reajuste, que deverá ser
retroativo. A dúvida é quando o dinheiro será pago, já que a proposta precisa
tramitar em dois turnos.
“Fazendo isso, o governo vai de
encontro com o acordo que assinamos no ano passado. Na semana que vem vamos
acompanhar o andamento do projeto de lei para a Assembleia, e cobrar agilidade
na aprovação”, afirmou a presidente Sindicato Único do Trabalhadores em
Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), Beatriz Cerqueira. Ela destacou, porém,
que o reajuste já deveria estar no pagamento dos professores no salário de
fevereiro, como previa o acordo firmado em maio do ano passado pelo governador
Fernando Pimentel (PT).
Em nota, o governo informou que
“mantêm um compromisso com os professores” e garantiu que enviará o projeto de
lei até a próxima semana. Participaram da reunião o secretário adjunto de
Governo, Francisco Eduardo Moreira, o secretário-adjunto de Planejamento e
Gestão, Wieland Silberschneider, e o secretário adjunto de Educação, Antônio
Carlos Ramos Pereira.
Nomeações. No último dia 11, o governo já havia se reunido com o
Sind-UTE. Na ocasião, anunciou que irá dobrar o número de nomeações de
servidores para fazer a reposição dos trabalhadores da Lei 100 que foram
exonerados. Eram previstas inicialmente 15 mil nomeações em 2016, mas o governo
se comprometeu a fazer 30 mil, podendo chegar até 50 mil.
Além do aumento das nomeações, o
governo ainda promete abrir mão da perícia oficial para os servidores da Lei
100 que estiverem entre os aprovados no concurso. “Estamos abrindo uma exceção
porque, se o trabalhador já estava atuando no Estado, não há necessidade de que
ele passe por uma avaliação que demonstre que ele está apto para o serviço”,
explicou o secretário de Governo, Odair Cunha.
Entenda as promessas
Acordo. Em maio de 2015, o Estado assinou um acordo com os
professores. Nele, havia dois compromissos principais.
Primeiro. Absorver
automaticamente os reajustes anuais do piso anunciados pelo MEC. O percentual
definido para 2016 foi de 11,36%. O contracheque de fevereiro não trouxe o
percentual.
Segundo. Pagar
o piso nacional, fixado para 40 horas de trabalho semanais, sem nenhum tipo de
proporcionalidade para os servidores que cumprem jornada de 24 horas. O acordo
previa ainda que o caminho até chegar ao valor total será escalonado em três
etapas. Em 2015, foi pago reajuste de 13,06%. Para agosto de 2016, estão
previstos 8,2%, e para agosto de 2017, 7,72% Em 2018, o Estado prometeu
realizar correções de possíveis distorções na progressão de carreiras.
Fevereiro de 2016. No
dia 11, Estado e categoria se reuniram pela primeira vez para falar do não
reajuste no contracheque. O Estado disse que pagaria, mas quando tivesse
recursos.
Volta às aulas
Provisório. Para
garantir a volta às aulas, a Secretaria de Estado de Educação designou 130 mil
professores para o lugar dos exonerados pela Lei 100. O número representa 82%
das vagas.
Salário de maio é dúvida
O anúncio do aumento para os servidores vem em um momento econômico delicado para o governo. Desde fevereiro, o salário dos servidores que ganham acima de R$ 3.000 está sendo escalonado em até três parcelas.
A regra vale para os pagamentos até abril. A partir de maio, o governo ainda não sabe como será feito o pagamento do funcionalismo público – o anúncio será feito em março. O Executivo não descarta que haja necessidade de novos parcelamentos nos próximos meses.
O anúncio do aumento para os servidores vem em um momento econômico delicado para o governo. Desde fevereiro, o salário dos servidores que ganham acima de R$ 3.000 está sendo escalonado em até três parcelas.
A regra vale para os pagamentos até abril. A partir de maio, o governo ainda não sabe como será feito o pagamento do funcionalismo público – o anúncio será feito em março. O Executivo não descarta que haja necessidade de novos parcelamentos nos próximos meses.