O governo de Minas Gerais estima que o novo piso do
magistério implicará um gasto extra de R$ 1,2 bilhão para o ano de 2017.
As informações são da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
(Seplag).
“O governo está avaliando a forma de atingir o novo valor do piso,
conforme disponibilidade de recursos, mas garante o cumprimento do
acordo firmado. Uma das opções, em decorrência da situação orçamentária e
com decreto de calamidade financeira em vigor, poderá haver
complementação orçamentária por parte do Tesouro Nacional, como
determina a Lei 11.738/2008, no art. 4º”, aponta.
De acordo com a Seplag, o acordo com a categoria é que em julho de
2018 todos os professores (ativos e inativos), com carga horária de 24
horas semanais, tenham o valor como vencimento correspondente ao piso
nacional (estabelecido para carga horária de 40 horas semanais).
A secretaria informou, ainda, que o vencimento atual pago para
professor de Educação Básica com jornada de 24 horas semanais é R$
1.620,62. Além do vencimento, os professores ativos e inativos com mesma
jornada semanal de trabalho (24 horas) recebem mais dois abonos: R$
211,58 e R$ 150,34, que serão incorporados integralmente ao vencimento
em junho de 2017, que passará a ser de R$ 1.982,54.
Além disso, em agosto desse ano, esses mesmos professores receberão
um novo abono de R$ 153,10, que será incorporado integralmente aos
vencimentos em julho de 2018.
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No país
A possibilidade de que todos os municípios atendam ao novo piso é
pequena. Não bastasse a crise financeira, um estudo do MEC, realizado em
novembro, aponta que menos da metade dos municípios e 17 estados, além
do Distrito Federal, declararam conseguir pagar em 2016 ao menos o
mínimo estabelecido em lei aos professores.
O levantamento foi feito com base na declaração dos estados e
municípios. Entre os municípios, 2.533 (44,9%), declararam cumprir o
valor do piso. “Temos que enfrentar um problema concreto, precisamos
melhorar o salário dos professores, valorizar os professores e, ao mesmo
tempo, não há recursos suficientes para dar um reajuste acima da
inflação. O reajuste agora é acima da inflação, cumprindo a lei, mas
sabemos e entendemos as dificuldades dos estados e municípios”, afirma a
secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro.
Apesar de a lei federal estabelecer o piso do magistério, não há uma
punição para os gestores que não a cumprirem. No entanto, a
responsabilidade por fiscalizar se os valores estão sendo praticados
cabe aos Tribunais de Contas Estaduais, aos Ministérios Públicos e aos
poderes legislativos.
A consultora em Educação da CNM, Mariza Abreu, avalia que o número de
municípios que deve descumprir o piso deve aumentar. “Agora, em
situação de crise econômica, os estados e municípios que conseguiam
pagar estão começando a ter dificuldades. Não é que a gente ache que o
professor não tem direito a ganho real, mas tem que ser negociado nos
estados e nos municípios. Não pode ser uma lei federal”, avalia.
Belo Horizonte
A expectativa do diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação
da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (SindRede), Wanderson Rocha,
é a de que a Prefeitura de Belo Horizonte adote não apenas o piso
nacional, negocie a recomposição das perdas acumuladas. A campanha
salarial começa no mês que vem.
(* Com Agência Estado)