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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O EDUCADOR E O ALUNO

15/09/2012

O Baralho em Sala de Aula
Como professor da rede pública estadual de ensino há 15 anos, registro neste espaço a minha indignação com o comportamento e atitudes de alguns alunos matriculados na escola apenas com o objetivo de desafiar a autoridade de seus professores e se autoafirmar perante os colegas, sempre se posicionando na contramão da razão. Recentemente vivi o dissabor de chamar a atenção de um aluno do ensino médio que jogava baralho durante a aula. Como esse tipo de situação acontece basta o professor se virar para o quadro, tão logo percebi o que acontecia no fundo da sala, tomei as providências cabíveis e, ao me dirigir ao aluno, dono das cartas, mantendo a postura e o respeito, fui pego de surpresa com a sua irritação e força de expressão: “Por que o senhor está falando assim comigo, o senhor não significa nada para mim?...” naquela noite, deixei o colégio arrasado e ainda hoje me questiono sobre o papel que nós, educadores, representamos na vida os nossos alunos. Com exceção do jogo de cartas, é considerável que a atual geração está exposta a muitas informações e atrativos tecnológicos mais motivadores do que a sala de aula, contudo muitos desses jovens que hoje estão por aí, desafiando a autoridade de seus professores, obviamente não têm noção do muito que a vida cobra e o quanto é seletiva. cidadãos com cultura, porém, sem princípios éticos, mais cedo ou mais tarde sentirão o peso da exclusão social, certamente vindo a lamentar por não valorizarem pessoas que poderiam tê-los levado a uma melhor formação cidadã mas, no momento em que o destino os fez cruzarem o mesmo caminho,  os ideais eram bem diferentes e essas  pessoas simplesmente não significavam nada em suas vidas.

Maurício Vieira dos Santos – professor –  BH/MG