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terça-feira, 27 de julho de 2010

IRREVERÊNCIA JUVENIL

Quem Sou Eu?
Maria Luciene
01/12/2009

Em época de disciplina cada vez mais difícil e quase que total omissão das famílias , é lastimável para muitos  educadores comprometidos com a aprendizagem e formação da cidadania dos seus alunos, se sentirem cada vez mais acuados diante da postura dessa geração imediatista e sem limites que não está na escola para estudar, e sim para contestar e desafiar as opiniões de seus mestres, satirizando-os e enfrentando-os por qualquer motivo, no intuito de autoafirmar-se perante à turma , dirigindo-lhes palavras e expressões ofensivas , caso os mesmos, diante de tamanha irreverência, busquem fazer prevalecer sua autoridade. Muitos desses alunos que veem na imagem do professor um inimigo e parecem estar sempre preparados para o combate, portadores de atitudes ríspidas a qualquer tentativa de aproximação de seus mestres, são incapazes de fazer inferência, isto é, ler nas entrelinhas o que está por detrás do texto e não foi escrito. Caso se desarmassem e se permitissem essa oportunidade veriam que , por mais que os pisem, os satirizem e os desrespeitem, são vistos, por muitos, talvez pela grande maioria, como filhos carentes e dependentes do seu afeto, da sua amizade, da sua compreensão e do seu amor; o que lhes dá tanta força para superarem tamanha irreverência juvenil. Alguns desses alunos possuem um perfil tão enigmático que levam seus mestres a arrepios quando, diante da hostilidade e ofensivas palavras dirigidas a si, alertados pela própria direção da escola sobre o fato de serem os pais a sofrerem punição caso o professor resolva registrar um boletim de ocorrência por danos morais, chegam a ter a frieza de sacudirem os ombros e responder não estarem nem um pouco preocupados com a probabilidade do fato. Sem sombra de dúvidas, estudantes que assim se comportam, sempre na contramão da razão, levando-se em conta o seu histórico familiar, além de estarem assinando a sua própria sentença futura, assinam também a sentença de fragilidade emocional, de rejeição, de vazio, de solidão... e por que não dizer; de alguém que tanto gostaria de encontrar naquele ser, para si tão desprezível, tudo o que a vida lhe nega no momento presente; ou seja, um pai, uma mãe , um confidente, um grande e fiel amigo , um porto seguro.
Maria Luciene
Jornal Hoje em Dia ( 01/12/2009)
Jornal O Tempo (15/04/2010 )