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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO

22/08/2010
Valorizar ou humilhar?

(Maria Luciene)

Valorizar é tratar a todos do grupo com equidade, seja na convivência familiar ou na convivência com os alunos, no ambiente de trabalho... Mesmo que não sejamos seres iguais, as disparidades nos laços afetivos refletem diretamente no nosso emocional por mais que o nosso orgulho nos leve a esquivar e procurar provar o contrário. Pais nunca devem ressaltar as qualidades de um filho menosprezando o outro acreditando ser essa a didática correta para o seu crescimento pessoal. Esse tipo de comportamento , muito comum na maioria das famílias , fará com que aquele filho que não é considerado tão talentoso ou tão amoroso quanto o outro, sem que os pais percebam, vai se fechando cada vez mais dentro do seu próprio mundo, se julgando tão incapaz e tão rejeitado que as consequências das experiências vividas em família mais tarde se tornarão fatores de peso em sua relação com os outros, com o mundo.Tanto a rejeição quanto a superproteção farão com que as vítimas desse tipo de educação permissiva ou exclusiva enfrentem grandes dificuldades em seu convívio social. Em sala de aula, o educador tem que estar o tempo todo em vigilância para não se deixar levar pelo coração, e sim, pela razão . O grande desafio para o educador é procurar recursos que lhe possibilitem conquistar a confiança daquele aluno difícil, para alguns, insuportável. Uma reflexão sobre o perfil desse tipo de aluno o ajudará a se direcionar em busca de soluções para facilitar a convivência. Por que será que esse aluno se comporta assim?....Quais os quesitos que ele traz em sua bagagem como referência familiar?...Será que não o estou excluindo ao dar mais atenção àqueles que me são afins, fazem todas as atividades e se comportam como deveriam?... Quantos de nós, educadores, ao invés de afirmar acabamos por desumanizar os nossos alunos uma vez que nos focamos em uma meta a ser seguida, ainda que esta não estimule o seu interesse quanto aprendiz, julgando-o um incompetente, um cabeça dura, um fracassado que não deveria estar naquela turma, e nos esquecemos de questionar a nós mesmos se estamos no caminho certo, se o que estamos ensinando está em consonância com o que o nosso aluno está buscando e se estamos sendo o referencial que ele espera de nós.Afinal, muitos são os profissionais bem sucedidos que se espelharam em seus mestres.

Publicações: Jornal Hoje Em Dia  - 22/08/2010
                    Jornal O Tempo - 31/08/2010