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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

05/01/2010

PAIS DE DEZEMBRO

(Maria Luciene)

No primeiro momento, a expressão “pais de dezembro” soa em nossos ouvidos como uma suave melodia a orquestrar conjuntamente em harmonia com a simbologia da época, nos convidando a refletir sobre a solidariedade das famílias que apadrinham crianças órfãs,levando-as a até suas casas para que possam desfrutar de um Natal mais prazeroso e compensador, voltado tanto para a euforia dos presentes quanto do calor humano; atitude essa que simboliza o verdadeiro espírito natalino. Contudo, olhando pelo ponto de vista pedagógico, a expressão “pais de dezembro” soa como um puxão de orelhas àqueles pais que simplesmente matriculam os seus filhos na escola e, durante todo o decorrer do ano , se quer comparecem às reuniões, verificam os boletins, buscam conhecer os professores e tão pouco assistem os filhos em suas atividades extra-classe, os quais parecem somente cair na realidade de que têm um filho matriculado na escola quando chega dezembro e repentinamente é surpreendido pelo mesmo, que chega em casa e diz não haver passado de ano. É nessa hora que a coisa muda! Como em busca de um milagre, esses “pais de dezembro” ou responsáveis, mostrando-se extremamente surpresos e preocupados com o resultado obtido pelo filho , cercam professores tanto dentro quanto fora da escola, justo nesta época mais apertada em que todos se encontram comprometidos com o encerramento do ano letivo e gostariam de ter um tempinho até mesmo para chamar a atenção desses pais sobre a responsabilidade da educação dos seus filhos, visto que a escola apenas continua esse princípio básico que deve ter início em casa, com a própria família. A esses pais que assim se comportam, vale um lembrete: A partir do primeiro dia de cada ano procurem priorizar a meta de que filho é uma sementinha muito especial, que necessita do seu carinho, da sua atenção e do seu amor todos os dias, sementinha essa que deve ser cultivada em uma terra fértil para que possa germinar, crescer, se fortificar e dar os bons e prosperados frutos não somente de dezembro mas de toda uma vida.

Maria Luciene
Jornal Estado de Minas - 05 de janeiro de 2010
Jornal O Tempo - 09 de janeiro de 2010