13/10/2011
Gastos Públicos
Luiz Cláudio
Recentemente li nos jornais da capital, que o Governo de Minas vai custear o tratamento de viciados em drogas com uma bolsa de R$ 900,00 e me perguntei o que está acontecendo com este país. Pouco tempo atrás, o governador Antônio Anastásia apregoava que não havia condições para pagar o Piso Nacional aos professores, sob o risco de ultrapassar os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal; isto logo após conceder um aumento de 100% num prazo de 4 anos aos policiais militares. Agora ele vem com mais esta! Que o problema das drogas deva ser trabalhado, disto não tenho dúvidas. O que não concordo é vê-lo sendo usado como mais uma manobra eleitoreira, sendo que o objetivo é a manutenção de uma política que não combate o mal em sua raiz. Não adianta doar dinheiro público simplesmente para uma causa onde o retorno não está claro, nem as condições amplamente divulgadas. Essa “bolsa Crack” corre o risco de, ao invés de tratar, financiar ainda mais o consumo da drogas, como aconteceu algumas vezes com o “bolsa escola” e com “bolsa família” que muito financiaram aguardente ao invés de comida, agasalhos ou material escolar. Não que eu seja contra o combate às drogas e o tratamento dos dependentes. Pelo contrário: o que ocorre é que cabe ao Governo investir em instituições preparadas para tal fim e não repassar verba “bruta” e pública às mãos de quem não se sabe se irá usá-la da forma correta.
Luiz Cláudio Professor das redes estadual e municipal de ensino – Belo Horizonte - E.E.Três Poderes
