(Maria Luciene)
A situação vivida por mim no final da tarde da última quarta-feira,12/06, causou espanto e indignação a todos os que presenciaram o fato. Ao deixar o colégio, E.E.Três Poderes, no final do turno, me dirigi ao ponto de ônibus em frente à escola e, percebendo a minha aproximação, um dos três alunos do grupo que todas as tardinhas os vejo juntos esperarem o circular 55 se dirigiu a mim com arrogância e autoridade questionando se eu iria pegar o circular 55. Sem entender o porquê da pergunta, antes que terminasse de responder que sim esse mesmo aluno, com quem eu jamais havia conversado antes, na tentativa de me intimidar, argumentou que seria melhor eu não entrar no ônibus insinuando, agressivamente, que caso o fizesse ele e seus colegas iriam me imprensar na porta traseira para barrarem a minha saída. Concluiu ainda que fariam o mesmo que fizeram à outra professora da escola, citando o seu nome, sendo que a mesma somente pôde descer quando o ônibus chegou ao ponto final. Ainda demonstrando revolta e autoridade, esse mesmo aluno disse que fora do colégio, nós, professores, somos pessoas normais, como quaisquer outras, e que valíamos menos que faxineiros. Surpresa com aquela repentina ira, sem entender o porquê daquela reação, firmei a voz e olhei -o no olho. Disse que , quanto educadora, sempre ensinei os meus alunos a respeitarem, dentro da escola, do auxiliar de serviços gerais ao diretor e que noções básicas de cidadania se aprende em casa, com a família, continuam na escola e depois a própria sociedade se encarrega de fazer os devidos ajustes. Percebendo que o ônibus se aproximava, dei sinal ouvindo-o indagar: - Você vai entrar? Então você vai ver o que nós vamos fazer com você! Com você e com qualquer outro professor que entrar nesse ônibus! O motorista parou o ônibus e eu, completamente atordoada por aquele repentino e gratuito bombardeio, entrei. Eles entraram e também alguns passageiros que assim como eu, estavam indignados e sem entender o porquê daquela agressão verbal que poderia vir a se tornar física por parte do grupo. Tão logo os três passaram a roleta, participei ao motorista o que estava acontecendo, disse ter sido ameaçada e pedi autorização para descer pela porta da frente. A concessão foi feita e duas senhoras que entraram junto comigo e presenciaram a lamentável cena, se acomodaram nos assentos preferenciais e, gentilmente, se ofereceram para carregar os meus materiais, prestando-me solidariedade quanto ao episódio. Até o motorista se demonstrou indignado. Participei-lhes que não iria me intimidar para aqueles alunos e que tanto eu quanto os meus colegas continuaríamos pegando aquele ônibus, naquele mesmo horário. Afirmei ainda que no dia seguinte levaria o caso até a direção da escola para que imediatas providências fossem tomadas. Ao dar sinal para descer do ônibus, peguei meus materiais, agradeci a gentileza de todos e do motorista. As senhoras temeram que os alunos descessem no mesmo ponto que eu, mas eles passaram direto. Ainda as ouvi dizer: - Vá com Deus, minha filha, Jesus te acompanhe...
A situação vivida por mim no final da tarde da última quarta-feira,12/06, causou espanto e indignação a todos os que presenciaram o fato. Ao deixar o colégio, E.E.Três Poderes, no final do turno, me dirigi ao ponto de ônibus em frente à escola e, percebendo a minha aproximação, um dos três alunos do grupo que todas as tardinhas os vejo juntos esperarem o circular 55 se dirigiu a mim com arrogância e autoridade questionando se eu iria pegar o circular 55. Sem entender o porquê da pergunta, antes que terminasse de responder que sim esse mesmo aluno, com quem eu jamais havia conversado antes, na tentativa de me intimidar, argumentou que seria melhor eu não entrar no ônibus insinuando, agressivamente, que caso o fizesse ele e seus colegas iriam me imprensar na porta traseira para barrarem a minha saída. Concluiu ainda que fariam o mesmo que fizeram à outra professora da escola, citando o seu nome, sendo que a mesma somente pôde descer quando o ônibus chegou ao ponto final. Ainda demonstrando revolta e autoridade, esse mesmo aluno disse que fora do colégio, nós, professores, somos pessoas normais, como quaisquer outras, e que valíamos menos que faxineiros. Surpresa com aquela repentina ira, sem entender o porquê daquela reação, firmei a voz e olhei -o no olho. Disse que , quanto educadora, sempre ensinei os meus alunos a respeitarem, dentro da escola, do auxiliar de serviços gerais ao diretor e que noções básicas de cidadania se aprende em casa, com a família, continuam na escola e depois a própria sociedade se encarrega de fazer os devidos ajustes. Percebendo que o ônibus se aproximava, dei sinal ouvindo-o indagar: - Você vai entrar? Então você vai ver o que nós vamos fazer com você! Com você e com qualquer outro professor que entrar nesse ônibus! O motorista parou o ônibus e eu, completamente atordoada por aquele repentino e gratuito bombardeio, entrei. Eles entraram e também alguns passageiros que assim como eu, estavam indignados e sem entender o porquê daquela agressão verbal que poderia vir a se tornar física por parte do grupo. Tão logo os três passaram a roleta, participei ao motorista o que estava acontecendo, disse ter sido ameaçada e pedi autorização para descer pela porta da frente. A concessão foi feita e duas senhoras que entraram junto comigo e presenciaram a lamentável cena, se acomodaram nos assentos preferenciais e, gentilmente, se ofereceram para carregar os meus materiais, prestando-me solidariedade quanto ao episódio. Até o motorista se demonstrou indignado. Participei-lhes que não iria me intimidar para aqueles alunos e que tanto eu quanto os meus colegas continuaríamos pegando aquele ônibus, naquele mesmo horário. Afirmei ainda que no dia seguinte levaria o caso até a direção da escola para que imediatas providências fossem tomadas. Ao dar sinal para descer do ônibus, peguei meus materiais, agradeci a gentileza de todos e do motorista. As senhoras temeram que os alunos descessem no mesmo ponto que eu, mas eles passaram direto. Ainda as ouvi dizer: - Vá com Deus, minha filha, Jesus te acompanhe...
Professora Maria Luciene E.E. Três Poderes- BH/MG
Publicação: Jornal Hoje Em Dia -Edição de Sábado: 15/06/2013 - Caderno Opinião -Pág.27
Questões para debate em sala de aula
DEBATE EM SALA DE AULA
1- Qual a sua opinião sobre a postura da professora de, mesmo sob ameaça, enfrentar os alunos e entrar no ônibus? Você faria o mesmo ou não? Por quê?
2- Qual a sua opinião sobre a postura do aluno que enfrentou a professora?
3- A professora agiu certo em pedir ao motorista autorização para descer pela porta da frente?Por quê?
4- Qual a sua opinião sobre a divulgação desse episódio pela imprensa? Você faria o mesmo? Justifique.
5- Caso você tivesse que emitir o seu ponto de vista sobre o ocorrido, que comentário você faria?
6- Em sua opinião, quais as causas dos altos índices de violência contra professores, noticiados quase que diariamente pela mídia? Que meios você apontaria para a solução dessa caótica situação social?
7- As passageiras que também entraram no ônibus tiveram razão em temer que os alunos descessem no mesmo ponto que a professora? Por quê? Você costuma respeitar os assentos preferenciais quando está no ônibus? Pratica a gentileza de ceder lugar ou pedir para levar as bagagens dos passageiros?