26/10/2014 20:31 - Atualizado em 26/10/2014 20:31
Com vitória apertada em Minas, Dilma é reeleita presidente do Brasil
Evaristo Sá/AFP
A presidente Dilma Rousseff (PT) conseguiu se reeleger para mais um
mandato de quatro anos. Com 99,72% das urnas apuradas, Dilma teve 51,62%
dos votos válidos, superando o mineiro Aécio Neves (PSDB), que teve
48,38% dos votos válidos. Com o resultado, Dilma irá manter o ciclo de
governos do PT, que começou em 2003 com Lula.
Esta foi a campanha presidencial mais acirrada desde a redemocratização
do país, em 1985. A polarização do eleitorado apresenta um quadro de
urgente diálogo entre os vencedores e os derrotados.
Desde o início deste processo eleitoral, Dilma se apresentou como a
candidata que teria condições de continuar e aprofundar as políticas
sociais iniciadas no governo Lula.
Quando a campanha começou, Dilma aparecia como favorita, seguida por
Aécio. Mas, no dia 13 de agosto, o pernambucano Eduardo Campos (PSB)
morreu, vítima de um acidente de avião, em Santos (SP). Campos estava
atrás de Aécio nas pesquisas.
Após a fatalidade, sua candidata a vice, Marina Silva (PSB), assumiu a
chapa e o segundo lugar nas pesquisas, atrás de Dilma. Entretanto, na
última semana antes do primeiro turno, o tucano conseguiu superar Marina
e garantiu vaga no segundo turno.
Nas primeira pesquisas de intenção de voto, Aécio aparecia muito à
frente de Dilma, mas, recentemente os principais institutos de pesquisa
davam empate técnico, ou vitória apertada da petista.
Aprovação dos presidentes
Aprovação dos presidentes
O governo Dilma Rousseff é aprovado por 44% dos eleitores, segundo o
Datafolha. O percentual é mais que o dobro daqueles que desaprovam seu
governo: 19% o consideram ruim ou péssimo, enquanto 36% o avaliam como
regular.
A taxa de aprovação de Dilma é inferior aos 52% que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha ao final de seu primeiro mandato, em 2006, mas superior ao índice de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998, quando o tucano foi reeleito à Presidência.
Dilma também fica no meio dos dois ex-presidentes entre aqueles que
desaprovaram os respectivos governos. Lula terminou seu primeiro mandato
com rejeição de só 14%, contra 25% que diziam ser o governo FHC ruim ou
péssimo.
Lula terminou seu segundo mandato, em 2010, com a melhor avaliação da
história e conseguiu fazer sua sucessora. Em 2010, 83% dos eleitores
consideravam sua gestão ótima ou boa.
Após a gestão Lula, 84% dos brasileiros achavam que o país estava
melhor do que antes. Naquele ano, a rejeição ao governo do petista
atingia só 4% dos eleitores, e 13% o avaliavam era regular.
Com Fernando Henrique ocorreu o oposto. Ele encerrou seus oito anos na
Presidência, em 2002, com aprovação de só 26%, índice inferior ao do
primeiro mandato, embora 35% dissessem em 2002 que o Brasil estava
melhor do que oito anos antes.
A rejeição ao tucano, na ocasião, alcançava 36% dos brasileiros, e ele
não conseguiu fazer seu sucessor. Mesmo assim, FHC saiu do governo em
melhor situação do que José Sarney (1985-1990) e Fernando Collor de
Mello (1990-1992), que deixou o Planalto após o impeachment com apenas
9% de aprovação.
Itamar Franco, com 41%, também finalizou seu período na Presidência
(1992-1994) melhor que FHC, que foi seu ministro da Fazenda na
implantação do Plano Real e eleito na sequência. O mineiro, no entanto,
havia sido eleito presidente, já que assumiu após Collor deixar o cargo.
(*Com agências)