Descaso Social
Maria Luciene
Todos os cidadãos que, neste
domingo, atenderam à convocação do tribunal Superior Eleitoral e, em nome do
exercício da cidadania, se abdicaram do bem-estar com a família para prestar sua contribuição à nação, mereciam um tratamento mais digno em
se tratando de uma eleição em primeiro turno dessa intensidade. Em Belo Horizonte,
quem trabalhou na E.E.Afrânio de Melo franco, no bairro Santa Mônica, ao
contrário das eleições anteriores, não teve direito a uma água, e sequer um café fora servido. A
concessão de uma hora para almoço, nem
sempre pode ser cumprida levando-se em conta o fluxo de público votantes e o
tempo que muitos eleitores gastam para concluir o seu voto. Há que se ressaltar também que , nas redondezas de
muitas zonas eleitorais, situadas em periferias, não há estabelecimento comercial onde seja possível fazer uma
refeição ou comprar um lanche. O Estado
tem autonomia para delegar aos diretores de escola um tratamento mais respeitoso aos
voluntários,com tudo o que lhes é de direito, inclusive o almoço, pois muitos
sãos os que não moram perto das seções
onde trabalham e, quando moram, não podem se ausentar.A novidade deste ano é o
vale refeição, no valor de R$25,00( Vinte e cinco reais) que, ao invés de ser
entregue no dia da eleição, ao final da votação, passará a ser trocado nos
correios, entre os dias 10 e 28 de outubro. Levando-se em conta que muitas
pessoas necessitam pegar ônibus ou gastar gasolina para chegar ao correio mais
próximo, o valor do vale refeição ficará
ainda mais reduzido e, provavelmente, se houver fila, nessa correria do
dia a dia , muitos desses vales não serão trocados até a data limite, voltando
esse valor para os cofres públicos.
Espero que essa situação seja
repensada para o segundo turno e para as próximas eleições, não somente em
Minas mas em todo o país.