06/10/2014
PT assume o governo de Minas e põe fim a uma hegemonia de 12 anos
Com 52,98% dos votos válidos, ou 5.362.870 sufrágios, o ex-ministro
Fernando Pimentel (PT) foi eleito governador de Minas Gerais pondo fim a
12 anos de governos do PSDB no Estado. Adversário histórico dos tucanos
– apesar de já ter feito aliança com a legenda do senador Aécio Neves –
Pimentel disse que esta eleição representou a “derrota da arrogância”.
"Minas não tem dono. Não tem rei. Não tem imperador. Soberano é o povo
de Minas”, declarou o novo governador durante pronunciamento à imprensa,
após receber o resultado. “Aqueles que diziam que iam ter quatro
milhões de frente, colhemos agora um milhão de votos contra eles
(vantagem de Pimentel sobre o tucano Pimenta da Veiga) e 500 mil
(vantagem da candidata presidencial do PT Dilma Rousseff sobre Aécio)”,
completou.
Pimentel se referia a declarações de lideranças do PSDB, que previam
abrir vantagem de 4 milhões de votos, na campanha nacional, para Aécio
Neves. Além disso, o partido adversário fez diversas críticas ao petista
na reta final da campanha. “O povo de Minas deu uma lição àqueles que
pretendiam ser soberanos”, disse. O petista disse que entrará na
campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), no segundo turno da corrida
presidencial, como cidadão, não como governador. “Temos obrigações
partidárias”, afirmou.
Pimentel acompanhou a apuração dos votos em sua casa, no bairro Serra,
região Centro Sul da capital mineira. Lá, ele recebeu os comprimentos
dos amigos e familiares. Em seguida, o governador eleito seguiu para o
comitê de campanha, na avenida Afonso Pena, onde concedeu entrevista
coletiva e comemorou com aliados. Agradeceu à esposa, Carolina Oliveira,
e aos filhos, além da equipe e dos apoiadores. O quarteirão foi fechado
e um carro de som animou militante.
Deputados entoaram o jargão “Minas é do povo”, em referência ao fim do legado tucano.
Compromissos
Sobre o novo governo, ele reafirmou os compromissos de campanha, como a
contratação de 12 mil policiais. “Vamos construir rapidamente um
mecanismo de participação popular”, afirmou. Segundo ele, serão criados
conselhos para garantir a participação da sociedade civil organizada.
Equipe de transição terá perfil técnico
Fernando Pimentel dedicará os próximos dias a montar uma comissão que
fará a transição do governo tucano para o petista. O governador eleito
informou que entrará em contato com o governador Alberto Pinto Coelho
(PP) para acertar os detalhes. Tentará marcar uma reunião com ele.
Segundo Pimentel, a equipe terá perfil técnico. Os nomes poderão sinalizar como será o novo governo.
Ainda ontem, surgiram as primeiras especulações. Aliados próximos a
Pimentel já são cotados para integrar a gestão. Entre os nomes dados
como certos estão os dos deputados eleitos Reginaldo Lopes e Miguel
Corrêa Júnior. Também estão bem cotados os petistas Helvécio Magalhães,
um dos coordenadores da campanha, Murilo Valadares e Marco Antônio
Teixeira.
Partidos aliados serão chamados a discutir os postos. Um dos nomes do
PMDB que está no páreo é o de Aluísio Vasconcelos. O PMDB também
apresentará nomes para a Presidência da Assembleia.
Pimentel afirmou ontem ser cedo para falar sobre a composição. Ele
afirmou que, primeiro, cuidará da transição. “Está muito cedo para
falarmos nisso”, desconversou.
Assembleia
Fernando Pimentel disse que espera uma composição com partidos que
apoiaram o adversário Pimenta da Veiga (PSDB). “Muitos deputados já
eleitos, que não marcharam conosco, já manifestaram o desejo de caminhar
conosco”, afirmou. “Acho que vamos conseguir rapidamente maioria na
Assembleia”, disse.