Escolas de Minas começam ano letivo com déficit de 20 mil professores e profissionais da Educação
Wilson Dias/Agência Brasil
Dessa forma, os alunos das escolas públicas estaduais tiveram um início de ano letivo com déficit de professores e, consequentemente, de disciplinas. Profissionais ligados à Educação afirmam que essas aulas deverão ser repostas durante o sábado ou mesmo no período que seria de férias. O preenchimento das vagas remanescentes, no entanto, ainda não está claro como ocorrerá.
Por nota, a Secretaria de Estado de Educação reforçou que as vagas serão anunciadas em site criado pelo governo especialmente com essa finalidade. Entretanto, o endereço eletrônico vem apresentando problemas desde o início dos trabalhos no fim de janeiro. Uma pane no sistema, inclusive, forçou a administração estadual a adiar os trabalhos na região metropolitana de Belo Horizonte e em Juiz de Fora.
Procurada pela reportagem, a Superintendência Metropolitana A, uma das três responsáveis pela Grande BH, informou que "muito provavelmente" o processo será retomado a partir de segunda-feira. A orientação para quem deseja preencher as vagas remanescentes é apenas "acompanhar o site".
Levantamento do Hoje em Dia realizado através do site criado pelo governo para anunciar as vagas aponta ao menos 1,3 mil cargos disponíveis apenas na capital mineira - dos quais, 1,1 mil para Professor de Educação Básica. O número é baixo, levando em consideração que a capital é a única cidade mineira com mais de 700 mil habitantes – atualmente são 2,5 milhões residentes, segundo estimativa do IBGE - e o déficit de profissionais no Estado chega a 20 mil.
Por nota, a secretaria avaliou que "este sistema informatizado permitiu uma grande agilidade no processo de designação e acompanhamento de todo o percurso da vaga disponível, desde a sua abertura, que é publicada no site, passando pelos deferimentos da inspeção e da Superintendência Regional de Ensino, até a autorização da Secretaria de Educação e a publicação do edital".
O anúncio oficial também informou que, até o fim desta quinta-feira, 130 mil vagas haviam sido preenchidas, ou 82% do total de cargos, considerado pela administração um "alto percentual de designação até o 1º dia de aula, ao contrário do que ocorria nas gestões anteriores, quando somente ao final de fevereiro, quando a folha de pagamento era gerada".
"Aconteceu o que estava na cara. Começou ano letivo com designação e sem professores. O candidatos estão reclamando que a superintendência está com site desatualizado, ou seja, para ter informação apenas através das escolas", reclamou o presidente da Associação dos Efetivados em Minas Gerais, Eduardo Bronzato.
Desde 2007, o Governo de Minas Gerais não precisava preencher um número tão alto de vagas no início do ano letivo. Isso porque, naquele ano, foi criada a Lei 100, durante o Governo Aécio Neves (PSDB), responsável por efetivar cerca de 98 mil profissionais ligados à Educação sem concurso público. Em 2014, o Supremo Tribunal Federal considerou a lei inconstitucional e obrigou que os servidores fossem desligados, o que ocorreu no último dia do ano passado, já no Governo Fernando Pimentel (PT).
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