Resenha da obra
Quando o Bom Deus chama
para junto de si um ente muito amado e querido, sem o qual nada mais parece
fazer sentido, nos tornamos frágeis e impotentes diante da irreverência da vida
que insiste em afrontar a nossa dor, ousando continuar, nos fazendo compreender o
quanto somos pequenos perante situações que se revelam além da nossa
capacidade de resolver. Em momentos assim, quando nada mais parece fazer
sentido, quase sempre, o isolamento e a solidão se tornam fiéis
companheiros. Sem nos darmos conta, a certeza de que não teremos mais forças
para prosseguir, sem a presença material daquele ser que nos era tão caro,
lentamente vamos nos afastando cada vez mais de nós mesmos e do convívio
social, correndo o risco de cairmos em uma profunda depressão, caso não
busquemos reagir. Se a nossa maturidade interior nos fizer compreender que
renunciar à própria vida é uma forma de autossuicídio, e que o apego material
em muito atrapalha a evolução espiritual dos entes queridos que se
encontram em outra dimensão, não podendo estar mais conosco como gostaríamos,
certamente venceremos o luto com maior solidez, buscando nos aprimorar
intimamente, na certeza de que, se Deus nos deu o dom da vida, somente a ele
cabe a decisão de quando deverá se encerrar este ciclo no orbe terrestre.
Maria Luciene