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segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO


19/08/2010
O EXERCÍCIO DA DISCIPLINA

(Maria Luciene)

O exercício da disciplina deve começar na educação infantil. Visando promover o bem comum é importante que a escola estabeleça regras de convivência levando o aluno ao entendimento do que deve e não deve fazer. O que lhe é permitido e o que não é. O convívio tende a se tornar mais fácil se crianças e adolescentes, conjuntamente com o apoio de seus professores, direção e equipe pedagógica, traçarem os combinados de como deverá ser o comportamento de cada um dentro das salas de aula em prol da harmonia coletiva no ambiente escolar. Atualmente, para os educadores, o grande desafio é achar um equilíbrio nos espaços de convivência, uma vez que não há registro de nenhum código de relacionamento, acabando por prevalecer o bom senso entre as partes interessadas, visando a um convívio menos desgastante diante das constantes mudanças do cotidiano. Tomemos por exemplo o uso do boné que já se tornou uma característica do adolescente: caso o estabelecimento decida optar pela liberação, poderá, caso queira, escolher um padrão único, o que poderá vir a se tornar um complemento do uniforme. Caso contrário, o aluno deverá se adaptar às normas da escola, tais como: não fumar nas dependências do estabelecimento, desligar o celular e outros equipamentos sonoros dentro da sala de aula, respeitar os cartazes afixados nas paredes, em estudos de biblioteca procurar usar um tom mais baixo ao falar, fazer uso do material e deixá-lo na mesma ordem que o encontrou, não entrar e sair da sala correndo, atropelando os colegas, dentre outros combinados, cujos resultados serão colhidos por todos que fizerem parte desse convívio.

Segundo a psicopedagoga, Fernanda Sobreira, regras de convivência exigem combinações, ponto de equilíbrio. O exercício da humanidade exige que estejamos o tempo todo atentos, tomando medidas que atendam a um lado, porém, sem prejudicar o outro, cuja habilidade exige do educador uma maior vigilância e atenção redobrada para os valores da humanidade. O que mudou, o que a sociedade exige de cada um de nós, visto que os jovens são muito espertos e sabem muito bem o que é certo e o que é errado, muitos dos quais, mesmo tendo sã consciência de quando estão errados ousam desafiar a autoridade do professor. Na opinião de muitos especialistas, o que acontece dentro das salas de aula é reflexo do que acontece fora da escola.Normalmente esse jovem, esse adolescente ou essa criança que se comporta de maneira inescrupulosa dentro da sala de aula não tem nenhum hábito de convívio social fora da escola. Provavelmente em casa coloca os pés na cadeira ou até mesmo sobre a mesa, começando pela mesinha do centro, interrompe a fala do outro, usa ao boné o tempo todo, joga objetos para os outros, xinga palavrão, adormece grudado ao celular, não presta atenção à fala do outro...

Para Fernanda Sobreira, escola não é ilha de fantasia. O muro da escola, a porta da escola não estabelecem uma base onde a criança muda de comportamento. O papel da escola é fazer com que a criança, desde cedo, entenda o que são regras de convivência, muito embora aquela criança que parecia tão bem educada, chegando à adolescência começa a querer desafiar as regras, o que é perfeitamente compreensível. É normal que o jovem ouse. Ele ainda está sendo formado e se autoafirmando no contexto social onde tudo lhe parece tão estranho, cabendo ao professor, dentro de suas limitações, sem perder a autoridade, levá-lo a reconhecer os limites da educação dentro do ambiente escolar.

(Extraído do livro Resgsatando Os Valores Da Escola  pública - Maria Luciene -2008/  Págs.  91/92)
Publicação: Jornal de Neves – 07 de Novembro de 2007
                     Jornal Hoje Em Dia - 19/08/2010
Entrevista concedida ao MGTV, 1ª edição, pela Psicopedadoga, Fernanda Sobreira - Ano: 2007