BULLYING COMEÇA EM CASA
QUE CARINHO É ESSE?
(Verônica Barud)
Jornal Hoje Em Dia - 19/04/2011
Ao escolhermos os pré-nomes de nossos filhos precisamos ter muito cuidado pois eles podem ser a causa de futuros traumas em suas vidas. Ao homenagearmos parentes, ídolos e amigos, dando aos nossos filhos seus nomes, acompanha esta homenagem uma tarefa muito importante: a do preparo emocional da pessoa que recebeu o nome, antes mesmo de começar a conviver em sociedade. A Personalidade começa a ser formada desde a mais remota idade, logo após a constatação da fecundação. Os ‘bullyings infantis’ começam dentro da própria família. Diminutivos, parte dos nomes e os mais variados adjetivos são direcionados à pessoa como forma de carinho. Alguns desses adjetivos, tais como amorzinho, bebezinho, pituzinho, denguinho... e assim por diante, fogem ao controle familiar , ganham os amigos, a vizinhança , chegando, finalmente, à escola. Alguns desses apelidos costumam acompanhar a criança do ensino infantil à universidade, principalmente quando você não está preparado para usar esses apelidos a seu favor. Portanto, famílias, quando decidirem que seu filho deva atender por outro termo no lugar do pré-nome que vocês escolheram para ele, prepare-o para as adversidades ensinando-o também a reverter o processo a seu favor. Em Belo Horizonte, cito dois exemplos clássicos de reversão: do empresário João Pinto Ribeiro (João do poste), e do deputado estadual Pedro Ivo Ferreira Caminhas (Pinduca). No Brasil há exemplos notáveis, como do nosso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (lula) e a não menos famosa Maria das Graças Meneghel (Xuxa) dentre outros tantos exemplos. Sou professora da rede pública estadual e o mais grave é que até a identidade com o próprio nome e sobrenome está passando a ser mais uma das tarefas a cargo do professor em sala de aula, pois é ele o principal mediador dos conflitos advindos deste processo.
Verônica Barud – E.E.Três Poderes - BH/MG
