(Hugo Duarte )
13/05/2011
Tenho uma filha matriculada no 6º ano do ensino fundamental em uma escola bem conceituada da rede pública em Belo Horizonte. Apesar do empenho de nós, pais e educadores, fico estarrecido com os relatos da minha filha sobre a forma como alguns alunos tratam seus professores, o que, no meu ponto de vista, essa forma de tratamento chega a ser interpretada como uma atitude de violência contra os educadores. Convocados pela Equipe Pedagógica para uma reunião emergencial na última semana de abril, visando uma solução conjunta diante dos problemas apresentados na turma, tanto comportamental quando de rendimento,reconheço ter sido precisa a reunião sendo chegado o momento de nós, pais, nos unirmos e abraçarmos a causa em prol da formação cidadã de nossos filhos , visto que a violência tem se demonstrado cada vez mais presente nas salas de aula. Caso façamos vistas grossas aos problemas relatados, o que esses adolescentes fazem com os professores hoje, estarão fazendo amanhã dentro de casa, com suas próprias famílias. Como um pai presente na educação dos meus filhos, percebo que alguns alunos são jogados na escola , sem a mínima noção de valores e limites, tumultuando o ambiente e em muito comprometendo o rendimento daqueles que estão dispostos a aprender. É vergonhoso aceitar a realidade de viver em um país onde a cada dia o professor se torna mais refém do aluno e, colocado sempre em segundo plano, sua imagem vem ficando cada vez mais denegrida e sua valorização profissional simplesmente deixou de existir. Penso que em muito pouco tempo a profissão de educador será extinta levando os futuros profissionais da educação a buscarem carreiras mais seguras e promissoras.
Hugo Duarte Filho
e-mail: duartefh@yahoo.com.br
Entrevista concedida à professora Maria Luciene