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       11/03/2015 19h35 - Atualizado em 11/03/2015 20h01
     
      
      
      
      
PEC quer garantir efetivação de designados da educação
Comissão Especial que vai analisar a proposta elegeu presidente e vice nesta quarta-feira (11).
Nesta quarta-feira (11/3/15), foram eleitos o presidente e o 
vice da Comissão Especial criada na Assembleia Legislativa de Minas 
Gerais (ALMG) para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/15.
 O deputado Rogério Correia (PT) foi eleito presidente e deputada 
Marília Campos (PT), vice-presidente da comissão. O presidente da 
comissão disse que posteriormente vai designar o relator da matéria.
A PEC 3/15 acrescenta o artigo 139 aos Atos das Disposições 
Constitucionais Transitórias, de modo a garantir a efetivação de 
servidores públicos estaduais. Tendo como primeiro signatário o deputado
 Lafayette de Andrada (PSDB), a proposta torna efetivos os servidores 
públicos não concursados que ingressaram no Estado até 5 de novembro de 
2007, beneficiando principalmente os designados da educação, que correm o
 risco de perder seus empregos com a declaração de inconstitucionalidade
 da Lei Complementar 100, de 2007.
Segundo a proposição, esses servidores serão considerados efetivos, 
inclusive para fins previdenciários, e passarão a integrar quadro 
temporário em extinção, ou seja, à medida em que vagarem os cargos, 
funções ou empregos públicos, as vagas serão extintas. Além disso, 
ficaria proibida nova inclusão ou admissão desses servidores em qualquer
 título, assim como o acesso a quadro diverso ou a outro cargo, função 
ou emprego.
Os deputados Rogério Correia e Marília Campos receberam três votos 
cada um – deles mesmos e do deputado Tiago Ulisses (PV). Só o deputado 
João Leite (PSDB) votou em branco e, na sua declaração de voto, criticou
 a escolha dos dois parlamentares petistas. “Não votei porque sei que 
Rogério Correia não pretende dar a esses 60 mil servidores a 
aposentadoria e outros direitos como as licenças saúde, gestação e 
maternidade”, afirmou.
Deputados da oposição criticam escolha de petistas
O deputado João Leite lembrou que, na última terça-feira (10), foi 
aprovado em Plenário o Projeto de Lei (PL) 5.706/15, que trata da 
reforma administrativa do Estado, com um dispositivo que garante aos 
servidores alvo da PEC a designação até 31 de dezembro deste ano. Na sua
 avaliação, essa ação mostra a disposição da base governista de não 
avançar com a tramitação da PEC. “Lamento que vamos ter nesta comissão 
'cartas marcadas'. No final desse filme, sabemos que essas pessoas serão
 prejudicadas”, disse.
O deputado Duarte Bechir (PSD) reforçou as críticas, afirmando que a 
designação dos servidores até dezembro vai decretar o fim da carreira 
deles no Estado. “Só nas Apaes, são 6 mil desses servidores”, destacou, 
lamentando que várias unidades da Apae terão seu funcionamento 
comprometido após as demissões.
O deputado Gustavo Valadares (PSDB) também condenou a eleição dos 
deputados Rogério Correia e  Marília Campos para dirigir a comissão. Ele
 defendeu a mudança do Regimento  Interno da ALMG para proibir que 
parlamentares  não signatários de uma  PEC sejam membros da comissão que
 a analisa. “Temos aqui uma comissão  que não vai dar sequência a seus 
trabalhos, porque não há interesse que  essa PEC ande”, declarou.
Já o deputado Dilzon Melo (PTB) considerou boa a escolha para a 
presidência da comissão. Mas apelou ao presidente e à vice para que se 
empenhem na aprovação da PEC. "Vamos pensar nesses milhares de famílias 
que ficarão desamparadas após dezembro deste ano", apelou. 
Presidente e vice defendem solução definitiva para designados
A deputada Marília Campos se defendeu dizendo que o atual Governo do 
Estado está sendo obrigado a resolver um problema criado em 2007, quando
 foi aprovada a Lei Complementar 100, efetivando os designados da 
educação. “Na verdade, o Estado aprovou a lei para resolver seu problema
 de dívida com a Previdência Social. Só que agora o Supremo Tribunal 
Federal (STF) julgou a lei inconstitucional. Então a questão central é 
quem vai conceder o direito previdenciário a essas pessoas”, avaliou.
Na sua opinião, uma solução definitiva só virá quando o Governo de 
Minas negociar com o INSS o pagamento da dívida previdenciária do 
Estado. “O meu posicionamento é de não 'enrolar' os servidores da Lei 
100, e eu estou confiante de que o governador fará o encontro de contas 
com a Previdência”, concluiu.
O deputado Rogério Correia, por sua vez, disse que não se pode ter a 
expectativa de que uma nova PEC conseguiria protelar o cumprimento do 
prazo de dispensa dos designados estabelecido pelo STF (1º de abril). 
“Não se pode enganar a Justiça”, disse. Para ele, como a Lei 
Complementar 100 foi julgada inconstitucional, qualquer outra PEC ou 
proposta que tente efetivar servidores sem concurso público também 
perderá a validade.

