O namoro na escola pode estimular o aprendizado?
Maria Luciene
(29/09/2010)
Namoro na escola , afinal...proibir ou liberar?
Toda
instituição educacional tem suas regras o que visa possibilitar uma
convivência mais saudável, com menos atritos, já que são inevitáveis.
Característica nata do ser humano. O diálogo, o saber exigir com
educação e o voto de confiança ainda continuam sendo os melhores
caminhos para lidar com um assunto assim tão peculiar onde os alunos
tendem a ousar desafiar suas autoridades, dando-se por satisfeitos ao se
posicionaram na contramão de toda noção de certo e errado imposta pelos
adultos. Em geral, a proibição torna o ilegal mais atraente. Ademais, é
na adolescência que se manifesta a atração pelo sexo oposto. Depois da
família, a escola é o nosso mais importante grupo de convivência onde
desenvolvemos nossas habilidades, aprendemos a lidar com as diferenças,
somos construídos para aceitarmos as derrotas e sabermos lidar com a
vitória. O namoro na escola possibilita essa construção conjunta, motiva
os jovens a quererem estar dentro da escola, podendo até mesmo vir a
proporcionar um maior estímulo ao aprendizado. Inúmeros são os casos de
casais que se conheceram na escola, se apaixonaram, se casaram e
seguiram suas vidas. Contudo, os educadores devem ficar atentos ao
comportamento juvenil, tomando medidas cabíveis, quando necessário, para
que a promiscuidade não tome conta do ambiente. O jovem deve saber qual
atitude é adequada a cada situação. Professores devem evitar a saída de
sala deixando casais sozinhos dentro do ambiente, mesmo quando são
apenas colegas e se desculpem que estão terminando de resolver algum
exercício. Caso tenham casais de namorados matriculados na mesma turma é
importante que o professor tenha a habilidade de fazer prevalecer sua
autoridade, se perceber comportamento indevido, colocando-os em assentos
separados, de preferência bem distantes. Nas dependências da escola,
não somente os disciplinários, como educadores em geral, percebendo
exageros, devem procurar a equipe pedagógica e, se o diálogo não
resolver, que o casal seja advertido mais firmemente, de preferência,
perante a presença dos pais. Infelizmente, em situações assim, o que
mais se vê são meninas extrapolando as limitações, deixando o rapaz um
tanto sem graça, correspondendo aos afagos, ficando ainda mais
constrangido quando passa algum professor, principalmente se for
professora, o que parece fortificar ainda mais a ousadia feminina. O
desafio feminino é algo realmente inevitável! Enquanto os homens se
protegem entre si, tem-se a impressão de que as mulheres são inimigas
das próprias mulheres!
Um alerta aos educadores:
é importante a atenção redobrada quando o aluno se encaminha à direção
da escola e pede para ser remanejado de turma sob o pretexto de não
estar de adaptando ao novo grupo. Essa estratégia pode ser uma ótima
desculpa para estar junto da pessoa amada, o que, dependendo do
procedimento e histórico escolar desse aluno, poderá vir a se tornar um
grande problema para os professores, visto que é muito mais difícil
retornar um aluno para a sua turma de origem do que aceitar o
remanejamento.
(Extraído do livro: Resgatando os Valores da Escola Pública - Maria Luciene - Págs.94-95)
Publicação: Jornal O Tempo - 29/09/2010