21/02/2014 08:12 - Atualizado em 21/02/2014
08:12
Brincadeira perde espaço para alfabetização precoce
Frederico Haikal/Hoje
em Dia
No ICJ, a
alfabetização dos pequenos acontece desde 2006, mas sem cobranças sobre os
Antes de conhecer o mundo das letras, toda
criança deve desenvolver outras habilidades mais importantes. Coordenação
motora, linguagem e sociabilidade, por exemplo, são competências que ajudam na
vida escolar e ainda contribuem para a formação pessoal. Por isso, deveriam ser
prioridade nas instituições que oferecem educação infantil.
Na prática, porém, a realidade é outra. Com autonomia para definir o próprio projeto pedagógico, escolas privadas antecipam cada vez mais a alfabetização. Reduzem o lazer das crianças, trocam jogos e brincadeiras por exercícios de escrita e leitura e, consequentemente, sobrecarregam os alunos com atividades.
Não faltam justificativas para a prática. “Muitos pais têm pressa de ver o filho lendo e escrevendo e acabam transferindo essa ansiedade para as escolas que, para atender às expectativas dos adultos, começam a alfabetização ainda no ensino infantil”, explica Emiro Barbini, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG).
Há também uma falsa impressão de que o melhor colégio é o que consegue ensinar os alunos a ler e escrever mais cedo.
Massacre
Mas a “neurose” dos pais e a preocupação das escolas são desnecessárias. “Há competências mais importantes do que essas para serem ensinadas às crianças. Mais relevante é desenvolver a psicomotricidade, a socialização, a capacidade de dialogar. Habilidades aprendidas por meio da brincadeira e do faz de conta”, diz Maria Auxiliadora Monteiro, pesquisadora em educação e professora da PUC Minas.
A opinião é compartilhada por Mônica Baptista, professora da faculdade de educação da UFMG e do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da universidade. “Tenho ouvido depoimento de alunas minhas que fazem estágio sobre um verdadeiro massacre às crianças. Escolas que diminuem o tempo de brincar livremente, ignoram as atividades lúdicas e artísticas para forçar os alunos a fazer exercícios motores que não têm sentido algum”. Uma história, em especial, chamou a atenção da educadora. “Uma criança reclamou de cansaço porque não aguentava mais brincar de letrinhas”.
Segundo Mônica Baptista, a educação infantil não deve ser vista como uma simples preparação para o ensino fundamental, porque essa etapa tem conteúdos específicos que devem ser trabalhados – principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e emocional dos pequenos.
Na prática, porém, a realidade é outra. Com autonomia para definir o próprio projeto pedagógico, escolas privadas antecipam cada vez mais a alfabetização. Reduzem o lazer das crianças, trocam jogos e brincadeiras por exercícios de escrita e leitura e, consequentemente, sobrecarregam os alunos com atividades.
Não faltam justificativas para a prática. “Muitos pais têm pressa de ver o filho lendo e escrevendo e acabam transferindo essa ansiedade para as escolas que, para atender às expectativas dos adultos, começam a alfabetização ainda no ensino infantil”, explica Emiro Barbini, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG).
Há também uma falsa impressão de que o melhor colégio é o que consegue ensinar os alunos a ler e escrever mais cedo.
Massacre
Mas a “neurose” dos pais e a preocupação das escolas são desnecessárias. “Há competências mais importantes do que essas para serem ensinadas às crianças. Mais relevante é desenvolver a psicomotricidade, a socialização, a capacidade de dialogar. Habilidades aprendidas por meio da brincadeira e do faz de conta”, diz Maria Auxiliadora Monteiro, pesquisadora em educação e professora da PUC Minas.
A opinião é compartilhada por Mônica Baptista, professora da faculdade de educação da UFMG e do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da universidade. “Tenho ouvido depoimento de alunas minhas que fazem estágio sobre um verdadeiro massacre às crianças. Escolas que diminuem o tempo de brincar livremente, ignoram as atividades lúdicas e artísticas para forçar os alunos a fazer exercícios motores que não têm sentido algum”. Uma história, em especial, chamou a atenção da educadora. “Uma criança reclamou de cansaço porque não aguentava mais brincar de letrinhas”.
Segundo Mônica Baptista, a educação infantil não deve ser vista como uma simples preparação para o ensino fundamental, porque essa etapa tem conteúdos específicos que devem ser trabalhados – principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e emocional dos pequenos.