08/01/2016 07:03 - Atualizado em 08/01/2016 07:03
Governo e oposição trocam acusações sobre aumento de gastos em plena crise financeira
Ao menos no quesito troca de acusações, este ano não começou muito
diferente de 2015. Mais uma vez, o governo de Minas Gerais e a oposição,
liderada pelo PSDB, protagonizam um bate-boca de diferentes versões
sobre temas da administração estadual. Ao contrário do ano passado,
desta vez o pontapé inicial foi dado pelos oposicionistas, ao acusar
Fernando Pimentel (PT) de aumentar ainda mais os gastos do governo em
momento de dificuldade – o salário dos servidores atrasará até, ao
menos, março.
Um dos pontos da discórdia é a despesa com publicidade. A oposição
afirma que houve um aumento de R$ 40 milhões em 2014, para R$ 96 milhões
no ano passado. “Esse governo é tão insensível que deixa de pagar
servidor, mas aumenta o gasto em publicidade para enganar a população”,
alega o líder do Bloco da Minoria, deputado Gustavo Valadares (PSDB).
Por sua vez, a equipe de Pimentel esclarece que esse aumento é relativo
ao que estava previsto. Segundo o governo, a gestão de 2014 (PSDB e PP)
desembolsou R$ 104 milhões em publicidade. Desse montante, R$ 24
milhões precisaram ser pagos pela administração atual. Assim, foi gasto
menos no ano passado (R$ 102 milhões) do que em 2014, argumenta o
governo.
Ainda segundo o governo Pimentel, esse foi o modus operandi em boa
parte das gestões tucanas. De 2009 a 2014, os gastos previstos ficaram
entre R$ 40 milhões e R$ 41 milhões. No entanto, com os créditos
suplementares no decorrer dos anos, a despesa com publicidade girou
entre R$ 76 milhões e R$ 116 milhões.
Outro questionamento é sobre o suposto aumento no valor dos postos
comissionados com a criação de dois cargos, nos valores de R$ 9 mil e R$
2 mil. O governo rebate dizendo que a mudança “teve como finalidade o
aperfeiçoamento da estrutura administrativa do Estado, visando adequação
dos instrumentos de gestão ao contexto da nova gestão de governo”.
A gestão atual garante que não gerou qualquer impacto financeiro. “Para
as demais secretarias de Estado que já existiam, também não houve
impacto financeiro”, já que a remuneração era idêntica.
A oposição ainda alega que Pimentel aprovou reajustes de algumas
categorias do funcionalismo com o impacto aproximado de R$ 14 bilhões em
cinco anos. A administração atual afirma que todas as modificações têm
declaração de compatibilidade orçamentária e financeira.
Também foi questionada a criação de três pastas no início de 2015. O
governo se defendeu afirmando que a reformulação não gerou impacto
financeiro.

