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domingo, 29 de maio de 2016

Parabéns, Letícia!


Meu anjinho especial cresceu...
Letícia continua doce, meiga, carinhosa , atenciosa, prestativa,estudiosa e muitíssimo religiosa. 
(...)


Elogiada pela beleza do nome, dizia naturalmente:
     - Quando a vovó se casou e ficou grávida, ela queria uma menina que iria se chamar Letícia... só que veio o papai...
     - Ah, o Leonardo!
     - É. Depois a vovó ficou grávida de novo e continuava querendo uma Letícia... só que veio o titio Leandro...
     As moças sorriam.
     - Depois, a vovó tornou a ficar grávida e quando ela pensou que ia ser uma Letícia, veio o titio Luciano...
     - Então a Letícia não veio?
     - Não. Só que o papai casou e veio eu, então ele e a mamãe resolveram colocar o meu nome de Letícia para agradar a vovó...
      Completei:
      -Você nasceu no dia 29 de maio. Dia em que a vovó completava  vinte e cinco anos de casamento... Esse foi o presente de Bodas de Prata  que Papai do Céu pediu para o papai e a mamãe entregarem à vovó e ao vovô... Sua primeira netinha, a Letícia que ela tanto sonhou ter!
      -É.
     As moças, admiradas com  sua desenvoltura , parabenizaram-na:
     - Hum... que história linda, Letícia!
     Diante do afável elogio se sentira ainda mais envaidecida e falante.
        
       Embora às vezes se pareça tímida, por onde  passa deixa os rastros da sua ternura, simpatia e encanto. É realmente uma criança admirável!
Feita a pergunta se seria cruzeirense igual ao pai, a resposta veio de imediato, acompanhada por uma espantosa interjeição:
-Credo!!!
Olhando para mim:
-Tia Lena , fala pra ela qual é o “nosso” time!
Todos os colegas de trabalho do pai acreditavam ,  até então, ambos torcerem para o mesmo time, sendo mantido sobre um móvel, em um dos compartimentos da sua sala, ainda que um pouco escondido, um porta-retrato com  a foto da filha, com dois anos de idade, toda  vestida a caráter. Bem que ele tentou, mas não houve jeito. Antes de aprender  falar a palavra MAMÃE, seus lábios pronunciaram a palavra GALO. Lembro-me bem como tudo aconteceu: Letícia iria completar um ano de idade. Era um final de tarde. Ela e a mãe estavam na casa da vovó. Nessa época, moravam em um apartamento pequeno. Sempre que eu confirmava presença, a avó, que não conseguia ficar muito tempo longe da neta, ligava para a nora pedindo-lhe que levasse Letícia para eu vê-la mesmo que por poucos instantes. Minhas visitas eram sempre muito rápidas por morarmos  distantes. Compareci naquela tarde levando antecipadamente o seu presente de aniversário. Um conjunto de moletom vermelho que lhe caíra muito bem.Vestida na roupa, rolando na cama pra lá e pra cá,o assunto do momento era o início dos jogos da Copa do Mundo de 2002. Ciente de ser o centro das atenções, paparicada pela avó e pela tia, em dado momento pronunciou a palavra GALO. Surpreendemo-nos. Eu disse ter ouvido   GALO. Sua mãe e a avó deduziram ser GOL.Tão pequenina e já demonstrando os primeiros sinais de haver herdado a herança paterna, revelando uma forte personalidade, parou de rolar, se posicionando seriamente a olhar para todas nós, enquanto pedíamos para repetir a palavra, o que a fazia ficar ainda mais séria. Quando  novamente nos distraímos, voltando as atenções provavelmente tanto para o assunto do momento quanto para a beleza da roupa que lhe caíra muito bem e muito combinara com aquele início de  inverno, ela,  parando de rolar na cama,  fitou-nos seriamente e repetiu em um tom mais acentuado para que não houvesse   dúvidas:
     “-GALO!”
     Surpreendemo-nos. Letícia ainda não havia pronunciado uma palavra completa. Mesmo assim, insisti com sua mãe:
  -A criança fica mais tempo com a mãe do que com  o pai. De gol para galo é um pulo! Não vá deixar escapar essa oportunidade!
    A resposta veio acompanhada por um largo sorriso:
   -Pode deixar comigo, tia Lena!
O pai, que na época atuava como jornalista esportivo no Mineirão, levava-a aos clássicos Cruzeiro x  Atlético, sendo que em um desses jogos de abertura permitiu que a filha entrasse uniformizada em campo, amparada pelos amigos jogadores. Até festa de aniversário decorada com o escudo  do time paterno, seguida por um painel com fotos de jogadores cruzeirenses paparicando a primogênita, foi-lhe oferecida sem sucesso.Seu sangue é e  continuará eternamente atleticano. Hoje, só resta ao pai a terna ilusão de cultuar em seu escritório o porta-retratos com a foto da filha,de azul e branco,sonho que ele muito gostaria que fosse realidade
Fragmento da obra "A Pureza de Um Anjo Muito especial"- Págs. 58/59
                                                ***
Não sei o que teria sido da minha vida se não fosse o apoio desse anjinho puro e especial, quando o Bom Deus resolveu levar a vovó para junto de si, no ano de 2008, deixando o meu coração encoberto pelo cinzento véu do -E agora? Terei forças para prosseguir???" Somente muita fé em Deus para não nos Deixarmos sucumbir.Não poucas vezes é preciso maquiar a dor da saudade e continuarmos a caminhada, na certeza do reencontro na Pátria Espiritual.Os nossos entes queridos nunca morrem; apenas partem antes de nós.
 Letícia, aos seis anos de idade, fotografando para a capa do livro.