Barbárie na Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes)
Assisti
a essa matéria em um telejornal ontem à noite e fiquei indignadíssima
diante de tamanha barbárie. Li o desabafo e fiquei ainda mais
sensibilizada. Vamos compartilhar , minha gente! Amanhã poderá ser
qualquer um de nós a clamar por vez , voz e justiça!
Maria Luciene
Thamara Freitas com Jesus Thiago Freitas Alves e Thaís Freitas em Palacio Das Artes Bh.
(Procuram-se testemunhas do ocorrido. Favor compartilhar!)
Queridos amigos,
Demasiadamente indignada é que faço minhas as palavras de minha irmã e testemunho a vocês o preconceito vivido por meu irmão ontem na Fundação Clóvis Salgado (Palácio das Artes).
Eu preciso muito da ajuda de vocês. É com lágrimas nos olhos, dor no
coração e indignação que escrevo este texto. Talvez seja um textão, mas,
por favor, leiam até o final.
Muitos de vocês sabem que meu amado irmão é deficiente físico, né? Falo sempre, a todos, com muito orgulho sobre ele. Porque, dentre todos os seres humanos desta terra, ele é, para mim, a prova de que existem anjos encarnados que estão conosco nesta experiência para nos ensinar por exemplos como sermos pessoas de bem acima de qualquer fator físico ou dificuldade.
Meu irmão é uma pessoa super amorosa e pacífica, é quase impossível vê-lo perder o controle ou levantar a voz. Ele sempre trata as pessoas, sempre, com muita atenção e educação.
Ontem, 24/09/2016, meu irmão, sua namorada, minha mãe e minha prima foram ao Palácio das Artes - Fundação Clóvis Salgado - para assistir ao show do Ney Matogrosso (ídolo da minha mãe). Todos munidos de seus ingressos, minha mãe, minha prima e minha cunhada entraram normalmente, já na entrada do meu irmão foi pedido a ele que retornasse a bilheteria. Ele assim o fez, e então a atendente solicitou a ele um comprovante ou laudo que comprovasse sua condição de deficiente para direito a Lei da Meia-Entrada (Lei 12.933/2013), (afirmando que isso agora também era lei). Pois é, mesmo meu irmão estando em uma cadeira de rodas a atendente solicitou um comprovante de sua deficiência. Obvio que meu irmão não tinha um papel comprobatório, simplesmente porque isso nunca foi necessário e que não há comprovação maior que sua situação VISÍVEL de cadeirante. Meu irmão tentou argumentar de todas as maneiras dizendo que frequenta com regularidade o espaço e isso nunca ocorrera, apresentou até sua credencial de condutor especial da BH Trans - onde fica confirmada sua condição - mas foi tratado com total indiferença, ignorância e grosseria. Diversos funcionários da fundação apareceram e todos foram inúteis, boçais e insensíveis. Diversos outros espectadores se solidarizaram e até uma advogada se apresentou dizendo que aquela situação era vexatória e descabível. Outros portadores de necessidades especiais entraram sem nem sequer passarem pela bilheteria.
Por fim, para tentar encurtar esse texto, depois de mais de 40 minutos de exposição vergonhosa, meu irmão chamou a polícia, foi quando uma outra funcionária apareceu, em tom debochado, oferecendo uma cortesia a meu irmão. Por favor, gente, meu irmão não queria cortesia alguma, ele queria entrar com seu ingresso COMPRADO!
Vendo a situação e já na hora do show, um senhor - público espectador - condolente com toda a situação humilhante a qual meu irmão estava exposto, ofereceu um ingresso, e já exausto pela exposição meu irmão aceitou. Mesmo assim, ao entrar meu irmão foi novamente exposto a zombaria e piadinhas inconvenientes e preconceituosas.
Gente, eu estagiei na Fundação Clóvis Salgado, e como toda pessoa atuante na área de cultura de Minas Gerais, estar ali era um sonho; que foi se dissolvendo aos poucos vivendo a realidade podre da administração daquele lugar. Eu nem vou entrar no real mérito de desistir do meu estágio no Palácio das Artes porque guardo muito respeito e admiração por algumas pessoas que ainda trabalham lá e por quem me indicou ao estágio, e o objetivo deste post não é prejudicá-las.
Um dia após o ocorrido nosso dever agora é expor a situação e tomar as medidas judiciais cabíveis diante dos lastimáveis fatos.
Minha prima vez alguns vídeos registrando algumas pessoas (funcionários, que também serão processados) e agora nós precisamos reunir testemunhas. Por isso, por favor, peço que compartilhem esse post para que localizemos estas pessoas que presenciaram o ocorrido. Eu e minha família não vamos deixar que a coisa fique "barato". E eu preciso da ajuda de vocês. Por favor, COMPARTILHEM.
Para os que não sabem, meu irmão, é cadeirante desde de seu nascimento, é "portador" de mielomeningocele que é um defeito congênito que afeta a espinha dorsal. Meu irmão não possui nenhum movimento ou sensibilidade da cintura para baixo. Ainda recém nascido passou por diversas cirurgias e esteve, durante seus 33 anos, lutando pela vida diversas vezes. Mas seu intelecto e sensibilidade são invejáveis. Quando meu pai faleceu, há mais de 12 anos, foi meu irmão quem sustentou a mim, a minha irmã e a minha mãe, isso por muito tempo. Meu irmão é funcionário público do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, aprovado em 13° lugar. Paga seus impostos como qualquer outro cidadão, sem privilégios nenhum. Mesmo portador de deficiência motora nas pernas tem seu carro e dirige seu veículo comprado com muito esforço. É formando em Filosofia pela UFMG (foi o último dos filhos a entrar na faculdade porque esperou e ajudou a mim e a minha irmã nas nossas faculdades). Meu irmão é um exemplo e um herói! Como todo portador de necessidades especiais, no Brasil, meu irmão enfrenta dezenas de dificuldades diariamente, mas nada o impediu de buscar e alcançar seus objetivos. E é por essa covardia com alguém tão admirável, que estou absurdamente indignada e triste, e é por acreditar que o bem sempre vence o mal, vou até o final nessa história.
Então se você presenciou o ocorrido, por favor, entre em contato conosco.
É pelas lágrimas de um cidadão de bem e do bem que eu peço a ajuda de todos vocês.
Que a impunidade não nos vença e que nossos amigos nos ajudem a fazer justiça.
Eu agradeço muito.
O post que ele mesmo fez sobre
https://www.facebook.com/jesusthiago.freitasalves/posts/10205706098010080?pnref=story
Essa foto foi tirada ontem durante toda essa barbaridade. Nela o que você vê é homem honesto e de coração enorme enxugando suas lágrimas, isso ontem, porque hoje ele já está de cabeça erguida e determinado a fazer valer seus direitos.
Muitos de vocês sabem que meu amado irmão é deficiente físico, né? Falo sempre, a todos, com muito orgulho sobre ele. Porque, dentre todos os seres humanos desta terra, ele é, para mim, a prova de que existem anjos encarnados que estão conosco nesta experiência para nos ensinar por exemplos como sermos pessoas de bem acima de qualquer fator físico ou dificuldade.
Meu irmão é uma pessoa super amorosa e pacífica, é quase impossível vê-lo perder o controle ou levantar a voz. Ele sempre trata as pessoas, sempre, com muita atenção e educação.
Ontem, 24/09/2016, meu irmão, sua namorada, minha mãe e minha prima foram ao Palácio das Artes - Fundação Clóvis Salgado - para assistir ao show do Ney Matogrosso (ídolo da minha mãe). Todos munidos de seus ingressos, minha mãe, minha prima e minha cunhada entraram normalmente, já na entrada do meu irmão foi pedido a ele que retornasse a bilheteria. Ele assim o fez, e então a atendente solicitou a ele um comprovante ou laudo que comprovasse sua condição de deficiente para direito a Lei da Meia-Entrada (Lei 12.933/2013), (afirmando que isso agora também era lei). Pois é, mesmo meu irmão estando em uma cadeira de rodas a atendente solicitou um comprovante de sua deficiência. Obvio que meu irmão não tinha um papel comprobatório, simplesmente porque isso nunca foi necessário e que não há comprovação maior que sua situação VISÍVEL de cadeirante. Meu irmão tentou argumentar de todas as maneiras dizendo que frequenta com regularidade o espaço e isso nunca ocorrera, apresentou até sua credencial de condutor especial da BH Trans - onde fica confirmada sua condição - mas foi tratado com total indiferença, ignorância e grosseria. Diversos funcionários da fundação apareceram e todos foram inúteis, boçais e insensíveis. Diversos outros espectadores se solidarizaram e até uma advogada se apresentou dizendo que aquela situação era vexatória e descabível. Outros portadores de necessidades especiais entraram sem nem sequer passarem pela bilheteria.
Por fim, para tentar encurtar esse texto, depois de mais de 40 minutos de exposição vergonhosa, meu irmão chamou a polícia, foi quando uma outra funcionária apareceu, em tom debochado, oferecendo uma cortesia a meu irmão. Por favor, gente, meu irmão não queria cortesia alguma, ele queria entrar com seu ingresso COMPRADO!
Vendo a situação e já na hora do show, um senhor - público espectador - condolente com toda a situação humilhante a qual meu irmão estava exposto, ofereceu um ingresso, e já exausto pela exposição meu irmão aceitou. Mesmo assim, ao entrar meu irmão foi novamente exposto a zombaria e piadinhas inconvenientes e preconceituosas.
Gente, eu estagiei na Fundação Clóvis Salgado, e como toda pessoa atuante na área de cultura de Minas Gerais, estar ali era um sonho; que foi se dissolvendo aos poucos vivendo a realidade podre da administração daquele lugar. Eu nem vou entrar no real mérito de desistir do meu estágio no Palácio das Artes porque guardo muito respeito e admiração por algumas pessoas que ainda trabalham lá e por quem me indicou ao estágio, e o objetivo deste post não é prejudicá-las.
Um dia após o ocorrido nosso dever agora é expor a situação e tomar as medidas judiciais cabíveis diante dos lastimáveis fatos.
Minha prima vez alguns vídeos registrando algumas pessoas (funcionários, que também serão processados) e agora nós precisamos reunir testemunhas. Por isso, por favor, peço que compartilhem esse post para que localizemos estas pessoas que presenciaram o ocorrido. Eu e minha família não vamos deixar que a coisa fique "barato". E eu preciso da ajuda de vocês. Por favor, COMPARTILHEM.
Para os que não sabem, meu irmão, é cadeirante desde de seu nascimento, é "portador" de mielomeningocele que é um defeito congênito que afeta a espinha dorsal. Meu irmão não possui nenhum movimento ou sensibilidade da cintura para baixo. Ainda recém nascido passou por diversas cirurgias e esteve, durante seus 33 anos, lutando pela vida diversas vezes. Mas seu intelecto e sensibilidade são invejáveis. Quando meu pai faleceu, há mais de 12 anos, foi meu irmão quem sustentou a mim, a minha irmã e a minha mãe, isso por muito tempo. Meu irmão é funcionário público do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, aprovado em 13° lugar. Paga seus impostos como qualquer outro cidadão, sem privilégios nenhum. Mesmo portador de deficiência motora nas pernas tem seu carro e dirige seu veículo comprado com muito esforço. É formando em Filosofia pela UFMG (foi o último dos filhos a entrar na faculdade porque esperou e ajudou a mim e a minha irmã nas nossas faculdades). Meu irmão é um exemplo e um herói! Como todo portador de necessidades especiais, no Brasil, meu irmão enfrenta dezenas de dificuldades diariamente, mas nada o impediu de buscar e alcançar seus objetivos. E é por essa covardia com alguém tão admirável, que estou absurdamente indignada e triste, e é por acreditar que o bem sempre vence o mal, vou até o final nessa história.
Então se você presenciou o ocorrido, por favor, entre em contato conosco.
É pelas lágrimas de um cidadão de bem e do bem que eu peço a ajuda de todos vocês.
Que a impunidade não nos vença e que nossos amigos nos ajudem a fazer justiça.
Eu agradeço muito.
O post que ele mesmo fez sobre
https://www.facebook.com/jesusthiago.freitasalves/posts/10205706098010080?pnref=story
Essa foto foi tirada ontem durante toda essa barbaridade. Nela o que você vê é homem honesto e de coração enorme enxugando suas lágrimas, isso ontem, porque hoje ele já está de cabeça erguida e determinado a fazer valer seus direitos.
